segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Conhecendo outras histórias

Em 1998, Heloísa Pires Lima publicou Histórias da Preta apresentando, pelo olhar de uma menina negra – a Preta -, a trajetória do povo africano que veio para o Brasil à força. A Preta era uma menina que lia muito e foi crescendo e aprendendo várias histórias sobre a África, até que um dia se sentiu à vontade para contá - las.
Ela tem profundo conhecimento sobre várias etnias, costumes e riquezas de alguns países africanos, assim como sobre o modo de vida dos escravos, sua religião e sobre as dificuldades de sobrevivência no Brasil. A Preta, personagem principal, leva os leitores a refletirem sobre o que é ser diferente e ser igual, defendendo a idéia de que a “diferença enriquece a vida e a igualdade é um direito de todos”.
Ela apresenta acontecimentos e situações diversificadas para ilustrar os aspectos diferentes e semelhantes entre as pessoas, principalmente entre brancos e negros. A escola, também neste livro, é um espaço em que a personagem percebe e sente a discriminação e inferioridade do negro.
A figura feminina é muito presente na vida da personagem; ela faz referência à casa da avó Lídia — “linda com sua cor negra” —, às festas de aniversário que tia Carula e sua mãe preparavam.
Revela o carinho que sentia na forma como sua tia a chamava de Preta. Ela sabe sobre sua origem mestiça, mas se afirma enquanto negra. É muito informada e valoriza positivamente sua negritude.
Assim, de história em história, é possível visualizar a complexidade do racismo e suas implicações no nosso país, por meio dos conhecimentos da Preta.

Heloísa Pires Lima nasceu em 1955, em Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Aos nove anos mudou-se para São Paulo, onde reside atualmente. Fez mestrado em Antropologia e é doutora na mesma área. Publicou, em 1998, o livro Histórias da Preta e, em 2003, O Espelho Dourado.

“Histórias da Preta”

Educadora: Rosana Pereira da Silva

O livro possibilita despertar o interesse pela cultura da África e compreender as
influências do povo africano na cultura brasileira. Sugiro algumas possibilidades para a sala de aula:

1) Apresentar o livro: o título, a autora, a ilustradora;

2) Propor uma discussão com as seguintes questões mobilizadoras:
- Quem sou eu?
- Qual a minha ascendência? Quem foram meus antepassados?
- De onde eles vieram?
- O que faziam em seus locais de origem?
- Quais ensinamentos ou costumes deixaram para minha família?

3) Conhecer o continente Africano;

4) Trabalhar com as fábulas africanas e o papel dos griôs (contadores de histórias da África);

5) Conhecer modelos de máscaras africanas, bem como o significado que possuem para essa cultura.

COMO FAZER

Quebra-Cabeças do Continente Africano

Para isso você precisará de cartolina ou papel-cartão, cola, tesoura, mapa político da África e mapa-múndi. Entregue para as crianças uma folha com o mapa da África contendo os 53 países. As crianças deverão colar o mapa em papel resistente (cartolina ou papel-cartão) e depois recortar suas partes com cuidado. Para brincar, devem embaralhar as partes e remontar o mapa, com auxílio do mapa-múndi.


Revista Ashanti
Literatura afro-brasileira / organização Forentina Souza, Maria Nazaré Lima. Salvador


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