Em
1998, Heloísa Pires Lima publicou Histórias da Preta apresentando, pelo olhar
de uma menina negra – a Preta -, a trajetória do povo africano que veio para o
Brasil à força. A Preta era uma menina que lia muito e foi crescendo e
aprendendo várias histórias sobre a África, até que um dia se sentiu à vontade
para contá - las.
Ela tem profundo
conhecimento sobre várias etnias, costumes e riquezas de alguns países
africanos, assim como sobre o modo de vida dos escravos, sua religião e sobre
as dificuldades de sobrevivência no Brasil. A Preta, personagem principal, leva
os leitores a refletirem sobre o que é ser diferente e ser igual, defendendo a
idéia de que a “diferença enriquece a vida e a igualdade é um direito de todos”.
Ela apresenta
acontecimentos e situações diversificadas para ilustrar os aspectos diferentes
e semelhantes entre as pessoas, principalmente entre brancos e negros. A
escola, também neste livro, é um espaço em que a personagem percebe e sente a
discriminação e inferioridade do negro.
A figura
feminina é muito presente na vida da personagem; ela faz referência à casa da
avó Lídia — “linda com sua cor negra” —, às festas de aniversário que tia
Carula e sua mãe preparavam.
Revela o carinho
que sentia na forma como sua tia a chamava de Preta. Ela sabe sobre sua origem
mestiça, mas se afirma enquanto negra. É muito informada e valoriza
positivamente sua negritude.
Assim, de
história em história, é possível visualizar a complexidade do racismo e suas
implicações no nosso país, por meio dos conhecimentos da Preta.
Heloísa Pires
Lima nasceu em 1955, em Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Aos nove anos mudou-se
para São Paulo, onde reside atualmente. Fez mestrado em Antropologia e é
doutora na mesma área. Publicou, em 1998, o livro Histórias da Preta e, em 2003,
O Espelho Dourado.
“Histórias da
Preta”
Educadora: Rosana Pereira da
Silva
O livro
possibilita despertar o interesse pela cultura da África e compreender as
influências do
povo africano na cultura brasileira. Sugiro algumas possibilidades para a sala
de aula:
1) Apresentar o
livro: o título, a autora, a ilustradora;
2) Propor uma
discussão com as seguintes questões mobilizadoras:
- Quem sou eu?
- Qual a minha
ascendência? Quem foram meus antepassados?
- De onde eles
vieram?
- O que faziam
em seus locais de origem?
- Quais
ensinamentos ou costumes deixaram para minha família?
3) Conhecer o
continente Africano;
4) Trabalhar com
as fábulas africanas e o papel dos griôs (contadores de histórias da África);
5) Conhecer
modelos de máscaras africanas, bem como o significado que possuem para essa
cultura.
COMO FAZER
Quebra-Cabeças
do Continente Africano
Para isso você
precisará de cartolina ou papel-cartão, cola, tesoura, mapa político da África
e mapa-múndi. Entregue para as crianças uma folha com o mapa da África contendo
os 53 países. As crianças deverão colar o mapa em papel resistente (cartolina
ou papel-cartão) e depois recortar suas partes com cuidado. Para brincar, devem
embaralhar as partes e remontar o mapa, com auxílio do mapa-múndi.
Revista
Ashanti
Literatura afro-brasileira /
organização Forentina Souza, Maria Nazaré Lima. Salvador
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