Aparecida
Teixeira de Fátima Paraguassú
Velhos
conceitos
-Velhos!
Eterno
sonho:
-eterno!
Alma
branca de homem negro
Alma
negra de homem branco
Alma
de cor imposta.
Latente
dor, forte olor,
descontentamento.
Pré-julgamento,
pré-conceito...
Ato
de fato dolorido, coração corroído.
Pele
alva apunhala negra pele,
impele
ao abismo.
Interior
ignorado, exterior assolado,
boa
aparência é preciso.
Capacidade
à periferia do ser jogada,
relegada
ao segundo plano.
Muito
sabe, pouco importa, bateu à porta;
É
negro?
Engano!
Não
há mais vaga.
Alma
sofrida, árdua vida!
Deus
é de todos, a todos dá guarida.
Alguns
em seu nome matam,
da
missão de amar ao próximo: olvidam!
Mídia,
branca mídia!
Na
tela, -quente estória:
Homem
bem sucedido...Cabelos escorridos!
Mete
a mão na cumbuca, arapuca mortal.
Que
façanha!
Segrega,
mata, espolia, engana.
Pele:
alvo perdoado.
Maçã
do rosto rosada;
Vergonha?
Senha para o sucesso?
-
Insigne: É branco!
Alheio
espreitando?
-
simplesmente estava passando...
-
Larápio, gatuno, negro bandido!
Banido!
Escurecido!
Imagem
forjada:
-
Jesus;
Europeu,
Asiático ou Africano?
Quem
sua face já viu?
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Aparecida
Teixeira de Fátima Paraguassú é musicista, escritora, poetisa,
pesquisadora...
E
trabalha em prol da preservação da Memória Cultural de Santa Cruz de Goiás.
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