domingo, 15 de julho de 2012

A COR DE DEUS



Aparecida Teixeira de Fátima Paraguassú


Velhos conceitos
-Velhos!
Eterno sonho:
-eterno!
Alma branca de homem negro
Alma negra de homem branco
Alma de cor imposta.

Latente dor, forte olor,
descontentamento.
Pré-julgamento, pré-conceito...
Ato de fato dolorido, coração corroído.
Pele alva apunhala negra pele,
impele ao abismo.

Interior ignorado, exterior assolado,
boa aparência é preciso.
Capacidade à periferia do ser jogada,
relegada ao segundo plano.
Muito sabe, pouco importa, bateu à porta;
É negro?
Engano!
Não há mais vaga.

Alma sofrida, árdua vida!
Deus é de todos, a todos dá guarida.
Alguns em seu nome matam,
da missão de amar ao próximo: olvidam!

Mídia, branca mídia!
Na tela, -quente estória:
Homem bem sucedido...Cabelos escorridos!
Mete a mão na cumbuca, arapuca mortal.
Que façanha!

Segrega, mata, espolia, engana.
Pele: alvo perdoado.
Maçã do rosto rosada;
Vergonha? Senha para o sucesso?
- Insigne: É branco!

Alheio espreitando?








- simplesmente estava passando...
- Larápio, gatuno, negro bandido!
Banido!
Escurecido!

Imagem forjada:
- Jesus;
Europeu, Asiático ou Africano?

Quem sua face já viu?

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Aparecida Teixeira de Fátima Paraguassú é musicista, escritora, poetisa,
pesquisadora...
E trabalha em prol da preservação da Memória Cultural de Santa Cruz de Goiás.

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