terça-feira, 3 de julho de 2012

A Força da Natureza nas Religiões Afro-Brasileiras




O LEÃO E O MENINO   
      
   Certa vez um menininho estava perdido na floresta e foi encontrado por um forte e belo leão. Este, ao contrário do que todos podem imaginar, não devorou o menino, mas sentido muito carinho por ele passou a tratá-lo como filho e a cuidar dele por incontáveis dias e noites. Protegido e amado o menino cresceu e o leão preocupado em encontrar a família do menino correu muitos riscos se aproximando de povoados e pessoas a fim de um dia encontrar a família do garoto. Depois de muitos perigos e tentativas ele finalmente encontra a família de origem do rapaz. Então o nobre leão chamou o moço e disse: “ – Filho, você já está um rapaz, um homem feito e é de meu desejo que você se case. Eu passei por uma aldeia de homens e observei que existem diversas moças de sua idade. Eu quero que você vá até lá e fique por uma semana, para que possa conseguir uma esposa”.           
O rapaz obedeceu e foi para  a tal aldeia, lá chegando seus traços físicos denunciaram logo de quem ele era filho. Sua família mal acreditava que ele estivesse vivo e prepararam imediatamente uma festa para comemorar. Durante os festejos o leão se aproximou da casa para observar e escutou quando o pai biológico interrogava o filho: “ – Filho, como você conseguiu viver tanto tempo com um bicho desses, com uma fera atroz e selvagem? “- Mas pai, o leão foi para mim um protetor. Ele sempre cuidou de mim e fez de tudo para me proteger e para que eu vivesse bem, sempre dividiu seus alimentos comigo. Porém, o que sempre me incomodou foi o seu mal cheiro, sua catinga. No início eu sentia a barriga embrulhar, tinha náuseas horríveis. Com o passar dos anos fui me acostumando, mas ainda sinto mal estar com aquele cheiro”.          
  Ao ouvir aquelas palavras o leão sentiu uma dor tão grande e triste voltou para casa. Alguns dias depois o rapaz retornou. O leão ordenou que ele empunhasse uma lança, o golpeasse. O rapaz relutou, mas por fim, acatou as ordens do pai e desferiu um golpe de lança, ferindo o leão na barriga. Algumas semanas se passaram, e a feriada cicatrizou. O leão então chamou o rapaz e lhe disse: “ – Filho, veja como as feridas que você me causou já cicatrizaram. Mas as feridas que cortam mais profundamente e mais difíceis de cicatrizar, são as causadas pelas palavras. Peço que volte para a aldeia dos homens e passe a viver com a sua família de origem, onde o perfume está presente como a abundância das chuvas de inverno. Eu estou profundamente ferido pelas suas palavras e, de hoje em diante renuncio a continuar sendo seu pai.            
Uma ferida causada por ofensa pode não cicatrizar jamais.


 ATIVIDADE DE CONSTRUÇÃO E SOCIALIZAÇÃO DO CONHECIMENTO:  

         
As histórias sagradas no candomblé e na umbanda, entre outras manifestações religiosas de origem africana, muitas vezes apresentam os orixás, que são os encantados, as divindades criadas por Olorum . Estes orixás, forças ativas da natureza,  podem se comunicar com as pessoas.           
  A natureza se comunica com as pessoas o tempo todo, então os orixás estão presentes na vida das pessoas todo o tempo, conforme estas crenças religiosas.           
Na Mitologia Yoruba, Olorun é o Deus supremo do povo Yoruba, que criou as divindades chamadas para representar todos os seus domínios aqui na terra. Mas, é importante lembrar que eles não são considerados deuses. Os orixás representam a personificação da natureza.           
O contato dos povos africanos com a natureza se estabeleceu de maneira sagrada, rios, animais, pedras, árvores, tudo está vivo, de toda a natureza emana energia. É esta energia que forma os orixás.

1) Os alunos podem pesquisar o nome de alguns orixás, descobrindo qual é o elemento natural que eles representam. Ex: Iemanjá, as águas do mar; Oxum, as águas doces; Iansã, os ventos e tempestades; Xangô a força do trovão; Ogum, senhor do ferro; Oxossi, senhor da caça; Ossãe é o orixá das folhas, preservador das matas e das florestas, conhecedor das folhas medicinais...

2) Cada aluno escolhe um orixá para fazer uma escultura, modelagem ou pintura representando criativamente este orixá. É importante que sua obra represente o Orixá e apresente os elementos da natureza que ele carrega em si.

3) Apresentar o trabalho para a classe. Nesta apresentação os alunos tentam identificar qual orixá está sendo mostrado, ao término das tentativas, o aluno, criador da representação, conta qual é o nome do orixá que ele está apresentando.


Fonte: Porfa. Emerli S.

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